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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Como entender o Islamismo

DO TACAPE AO CELULAR O filho do homem das cavernas era adaptado ao seu tempo e, portanto, nascia com um tacape na mão. Seria ridículo dizer que as crianças daqueles tempos de difícil sobrevivência viviam brincando com paus e pedras, tacapes e fundas. Eram seus instrumentos mais modernos. Uns de osso de algum animal, outros de madeira bem dura. Mais tarde, quando a evolução já havia trazido para os seres humanos a convivência com a escrita, lá pelos tempos dos Sumérios, por volta de 5.000 anos antes de Cristo, a comunicação evoluiu. Passamos a escrever e desenvolver comunicação. Também nesta época seria muito negativa a percepção de que as crianças e jovens deixavam marcas em pequenos tijolos, escrevendo e desenhando com pequenos objetos de madeira. Quando a comunicação à distância evolui, o manejo de fogueiras e fumaça, o uso de tambores e ritmos domina as tribos em várias partes do globo terrestre. Os adolescentes deviam divertir-se muito com os tambores, aprendendo a arte de curtir o couro dos animais e lançar nuvens de fumaça para comunicar-se à distância. Modernidade nessa época era saber manejar esses objetos e quem usava a fumaça gritava menos e gastava menos a própria voz. Saber as diferenças entre toques de tambor poderia indicar maior habilidade para dizer aos demais das alegrias e dos perigos. O aborígine australiano, mesmo antes dos estudos de aerodinâmica, conforme explicita Paul Davies, em seu livro “O quinto milagre”, usou o bumerangue. Primeiro para caçar e, depois, para brincar. O mesmo ocorre com a bússola que surge na história humana antes dos estudos de magnetismo. Rabugento seria dizer que os usuários da bússola e os que brincavam com bumerangues eram maníacos que desprezavam os instrumentos do passado. Uma assembléia tribal proibindo usar bumerangues por serem coisas novas e que atingiam um pássaro à distância, proibindo brincar com instrumentos que iam e retornavam como se fossem dirigidos por forças incontroláveis do mal, seria o que mais ridículo poderia ser narrado pela história humana. Mas, analisando nossa sociedade a partir dos anos oitenta, nos deparamos com uma geração apelidada de “geração Y”. São os que já nascem com os celulares nas mãos, como se estivessem interessados em telefonar para o pediatra a partir do berçário da maternidade para saber sobre seu estado de saúde. Esta é a geração da alta tecnologia, disponibilizada pelas pesquisas de institutos de alta performance pelo mundo afora. É normal que usem a mais avançada das técnicas e a proibição torna-se ridícula, sobretudo se parte de pessoas que são avessas à modernidade. Que um aluno pode “colar” usando o celular é um fato. Mais freqüente será se a avaliação feita pela escola for ultrapassada. Avaliações com um bom up grade e que exijam reflexão e análise tornam-se impossíveis de serem “coladas”. Para que o profissional de futuro próximo possa ser uma pessoa integrada aos meios modernos de alta tecnologia, que convivam com a fibra ótica e com a comunicação sem fio, que não sejam avessos às possibilidades apresentadas por condutores sólidos e de cerâmica, que estejam familiarizados com novos procedimentos estudados pela engenharia e medicina, ele precisa nascer e conviver desde o berço com o que há de mais moderno, como na época das cavernas fazia o ser humano, convivendo com seu tacape. Este profissional, no entanto, envolvido com todas as tecnologias avançadas, para atender aos apelos da humanidade, necessita do desenvolvimento de seu interior, de sua sensibilidade que a máquina não tem e não sabe usar, mas que o desenvolvimento exige como complemento indispensável aos humanos necessitados de especialistas em gente. Prof. Hamilton Werneck é pedagogo, escritor e conferencista. www.hamiltonwerneck.com.br