Entrará em vigor o ano letivo de 960 horas, dentro das configurações anteriores, onde esta hora-aula deve corresponder aos 60 minutos do relógio.
Se alguns pensam que são cargas horárias para injetar mais aulas acadêmicas no currículo, estão enganados. Na verdade, estes tempos devem atender às demandas de mais exercícios, recuperação e atividades culturais que enriqueçam a formação do aluno. Este aumento quantitativo contribui para disfarçar as aulas de baixa qualidade, aumentando-se a quantidade. Isto significa que, apenas mais aulas de baixa qualidade, em nada influenciarão no aprendizado dos alunos. Trata-se, portanto, de mais um paliativo. Muitas escolas já estão trabalhando com tempo dilatado e dentro de um formato cultural, onde as aulas, por sua vez, são de alta qualidade. Este aumento, no entanto, exigirá daqueles que aplicam a técnica da maquiagem para disfarçar as 800 horas dentro dos 200 dias letivos, a chegar, pelo menos, à decência dos 180 dias! Torna-se mais difícil, com esta medida em prática, permitir que o professor fique em sua casa fora dos tempos legais de férias escolares e de direito trabalhista. A verdadeira questão para solucionar os problemas de aprendizado passam pela valorização global do magistério e suas condições de trabalho, descanso para o professor que atua numa profissão desgastante e oferta de formação continuada para se atingir uma melhor qualidade em cada aula ministrada.
Constantemente, incessantemente, ouvem-se agressões à Escola Pública tradicional como se ela fosse um aparelho manual de fabricação de monstros. Sobrevivente feliz desse “tipo” de escola, sou testemunha ocular, porque estudei nela e quero relatar o que se passava ali.
ResponderExcluirO hino da Escola era, lindo, foi composto por um pai de aluno. As datas cívicas não passavam em branco. A Escola era uma festa!
Estudávamos, sim, numa cartilha de modelo único, considerada, hoje, como sucata antipedagógica, quadrada, boba, sem cores, barata, mesmo assim, nem todos tinham acesso a ela, houve casos em que o aluno conseguia uma toda despencada, mas a encapava e conseguia recuperá-la, porque aquela cartilha era preciosa para nós...Aprendíamos a amá-la e preservá-la.
Na sala de aula, havia um “quadro-negro”, desbotado, dividido ao meio, porque eram duas turmas de séries diferentes na mesma sala. Nós aprendíamos a respeitar o espaço do outro! Ah! Não posso me esquecer... havia disciplina...Quase ninguém tinha transferidor e compasso, mas éramos capazes de reconhecer o compasso das músicas. Tínhamos aula de música.
O material escolar se resumia em dois ou três cadernos finos, lápis nem sempre coloridos. Poucos possuíam uma caneta a tinta...dava status...era o máximo! Na minha Escola havia um coral e cantávamos em latim, francês e inglês. Havia aulas de trabalhos manuais e aprendíamos a fazer bainhas, a pregar botões e a costurar as roupas das bonecas. Aprendemos a gostar de artes! Brincávamos no recreio com petecas, bolas, piões. O recreio era maior, brincávamos de roda. Fazíamos peças de teatro na Escola.
Boas maneiras, ética, elegância ao falar, treino ortográfico eram comuns. Nossa letra não era um garrancho, tínhamos caderno de caligrafia. Nosso livro para estudo da língua portuguesa tinha uma antologia dos poetas brasileiros. Até hoje sei de cor Augusto dos Anjos(quase ninguém hoje sabe que ele existiu) Olavo Bilac, Machado de Assis, Casimiro de Abreu, Castro Alves e muitos outros.
Evidentemente, reconheço os equívocos daquela Escola.
Mas...e hoje ? Como vai a Escola Pública ?
Ivone Boechat
Ivone, também passei por esta escola pública até a 5a. série. A língua estrangeira veio depois. Seus comentários são pertinentes. Esta escola ainda existe em algumas partes do Brasil. Noutras, nem sempre! Esta escola pode ser vista em Cajuru, São Paulo, Espírito Santo do Pinhal, São Paulo, Itaú de Minas, Passos em Minas Gerais e as coisas vão melhorando lá na divisa do Maranhão com o Pará, em Itinga do Maranhão. Grato pelo seu comentário pertinente. Continuemos nossas andanças e lutas pela melhoria da qualidade da educação neste país. Hamilton Werneck
ResponderExcluirQuando o professor discorre sobre a questão oferta de formação continuada e valorização dos profissionais do magistério, há uma questão que chama bastante atenção, muitos munícipios mesmo ofertando condições para o aperfeiçoamento dos professores, continuam enfrentando dificuldades. A grande maioria não estão dispostos a refletir a sua ação/prática dentro do processo ensino/aprendizagem. Continuam no "faz de conta" sobretudo, acreditando que mesmo assim fazem a diferença. Acredito que, 960H será um tempo dilatado, muito bom para que o professor tenha mais tempo de observar e acompanhar individualmente cada aluno e sobretudo, criar condições para que a aprendizagem de qualidade e o processo de ensino seja uma troca de expêriencia onde ambos saiam ganhando e aproveitando todas as oportunidades de aprender a aprender. Professora de séries inicias Josélia Rosa.
ResponderExcluirJocelia/ professora de Itinga do Maranhão.
ResponderExcluirO aumento da Carga Horária pretende ser uma transição rumo ao tempo integral.Só que não basta reorganizar o tempo. Para garantir sucesso é necessário tempo com qualidade. Precisa-se garantir a formação para a cidadania e os meios para progredir no trabalho e em estudos futuros.
Outro assunto usado no projeto de lei é que, além de mais tempo para aula, o jovem brasileiro protegido pelas escolas estará menos exposto ao crime e a outras atitudes desviantes; que aprendem nas ruas.
Conheço um Município São José de Ribamar no Litoral Maranhense) onde a escola em tempo integral já funciona são 2 escolas Liceu Ribamaranhense I e II e uma terceira está sendo construída, o ex Prefeito Luis Fernando construiu uma e deixou outra pronta para o prefeito Gil Cutrim inaugurar ( construída com recursos próprios) Fernando foi um dos melhores prefeitos, fez uma revolução na educação. É uma escola modelo onde o aluno pela manhã, tem aula normal e a tarde atividades preparatórias para uma profissão. A escola recebe 400 alunos, tem excelentes professores, atendimento médico, odontológico e psicólogos é composta por 10 salas, laboratórios de informática ( um computador por aluno), laboratório de ciências, sala de multimídia , biblioteca, brinquedoteca, quadra poliesportiva, refeitório, Playground, cozinha industrial, Área para estacionamento.... Trata-se de um atendimento à totalidade de educação, uma formação total do educando, é uma escola que faz a diferença.
Se houvesse uma melhor aplicação de recursos no nosso País com certeza, teríamos todas as crianças em escolas de tempo integral. A ampliação do tempo envolve aumento de custo e de planejamento. Os governantes tem um tempo até 2014 para estruturarem essas mudanças.
Jocelia de Melo Ribeiro. 14 de agosto de 2011.
Professor Hamilton Werneck, gostaria imensamente de seu e-mail para poder marcar um encontro e apresentar assim o projeto [@cesso]. O link de comentário é do nosso blog. Nosso e-mail: projeto_acesso@yahoo.com.br
ResponderExcluirAgradeço sua atenção.
Josélia e Jocélia de Itinga do Maranhão. Agradeço a visita ao Blog e continuoi na esperança que, aos poucos, as pessoas de sua cidade que trabalham com educação, percebam as transformações possíveis que podem ser realizadas. Um abraço. Prof. Hamilton Werneck
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