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segunda-feira, 20 de junho de 2011

COLANDO PELA INTERNET E CELULAR

Lutar contra a cola é uma tarefa inglória. A escola que quiser fazer tal coisa deve preparar um up grade em suas avaliações. O professor Vasco Moretto, pesquisando numa escola em Brasília, as razões da cola, constatou que mais de 90% estavam atreladas aos nomes, datas e fórmulas. Quando as avaliações exigem comparações, análises de texto e pesquisa, torna-se nuito difícil colar através de um celular. Pela internet não, os recursos são múltiplos e a inteligência eletrônica de nossos alunos sabe como fazer.
Recentemente a imprensa informou sobre a questão de uma exigência escolar para retirar respostas de um site de comunicação. A intenção da escola enviando exercícios para os alunos em suas casas, pela internet, é excelente. Importante avaliar que os alunos precisam saber que se fizerem exercícios de fixação estarão criando condições para aprender. Para eles - e isso deveria ser muito debatido - aprender é o que deveria importar. O fato narrado pela imprensa dá conta de que a escola quando soube das colas pelo site de relacionamento, exigiu que uma estudante as retirasse de lá. A família sentindo-se agredida e alegando estar a aluna constrangida em sua liberdade, recorreu a uma delegacia segundo o órgão da imprensa. De sua parte a escola suspende a aluna por cinco dias e, segundo a família relata, envia a aluna para casa em horário escolar e sem avisar à família.
Penso em algumas considerações sobre o fato: primeiro é necessário saber de que a internet é capaz. Se usamos este veículo precisamos estar cientes de seu potencial e orientarmos os alunos sobre as possibilidades que terão. O importante é que se exercitem, caso contrário não terão condições de aprender. Mesmo ganhando um ponto ao final do mês, isto pouco acrescentará ao conhecimento necessário ao final do bimestre. Segundo é necessário ter a clareza de que não controlaremos a internet. E, se no caso dessa aluna, as informações fossem passadas pelos celulares, provavelmente a escola não saberia. Nem o Muhamar Kadafi consegue controlar o Twiter. Creio que instar a aluna para que retirasse as informações não é a causa do constrangimento e, sim, o envio da mesma para sua casa em horário escolar. É muito mais grave deixar uma pessoa menor de idade à mercê de todos os perigos de uma metrópole que colar pela internet. Terceiro, creio que a suspensão não cabe porque o veículo de comunicação é feito para esse fim: comunicar. Esta aluna merece um prêmio pela inteligência eletrônica, os colegas que usaram o sistema e ficaram calados merecem ser chamados a atenção pela falta de solidariedade à colega, apenas demonstraram esperteza "eletrônica". A todos os alunos é importante dizer que, pedagogicamente, quem não faz exercício não aprende e, por fim, para a escola seria interessante que os exercícios fossem sugeridos como atividade para ser realizada em função da responsabilidade de quem precisa aprender. À família, se ela tivesse reclamado por causa do abandono em que a filha ficou em plena rua, admitiria, de minha parte, a necessidade da procura de uma autoridade acima da escola, no entanto, em relação ao uso da internet e à suspensão melhor seria tratar o caso pedagogicamente, procurando-se a direção do estabelecimento de ensino.
Às vezes é melhor procurar perceber as mudanças destes novos tempos, procurar soluções mais educativas que as tradicionais e meios mais simples e de menor adrenalina para solucionar problemas.
Prof. Hamilton Werneck é pedagogo, escritor e conferencista.
http://www.hamiltonwerneck.com.br/

3 comentários:

  1. Hamilton, passei mais de 30 anos de minha vida no ambiente escolar sobretudo nas funções relacionadas com a direção geral. Esses e outros problemas fizeram parte de meu acervo pedagógico!
    Estranhei a posição do colégio porque não podia imaginar que o professor faria avaliação pela internet. Seria muita inocência!
    Antes da internet, os alunos sempre trocaram entre si os "para-casa".
    Avaliação correta é sempre a personalizada! presencial com os cuidados que a tecnologia oferece.
    Por outro lado, evidencia-se o desamor pela escola, diga-se, professor. Não há familia que a/o perdoe!
    Novos tempos!

    Paulo DElboux

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  2. Agradeço, Delboux o seu comentário. Continuamos nosso trabalho em defesa de uma educação de qualidade que é possível também na escola pública, bastando, para tanto, que as pessoas tenham os cuidados que sempre fomos orientados a ter. Um abraço. Hamilton Werneck

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  3. Por inúmeras vezes, em minhas palestras e cursos chamo a atenção de todos ao fato de que não se admite mais os professossauros, que é preciso estarmos atentos às mudanças, aos avanços da humanidade e que o professor deve transformar revesses (quando administram desta forma os conflitos) em oportunidades. Eu fico admirada com as concepções (para não dizer ranços) que os docentes ainda trazem para um universo que não lhes cabe mais, que estão ultrapassados e descontextualizados. É como o senhor, Professor Hamilton, disse uma vez em um seminário do Pitágoras, em Minas Gerais: os alunos estão no universo Windows e os professores estão no universo DOS e, eu diria que os alunos são do século XXI, estudando em escolas do século XX, com professores do século XIX (é claro que existem exceções), ou então, eu é que não sou deste mundo! Hehehehe.
    Yolanda Pereira Morel

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